"Numa conversinha na primeira fila do desfile da Animale, quinta-feira, André Lima avisou a ELLE que está ‘menos estampa, mais feliz’. E, como deixa claro nesse desfile, não menos superlativo. André Lima achou um jeito de reinventar sua exuberância sem ter de ser o André de sempre. Adotou de vez o preto como cor-drama. E, sem se render a brilhos e bordados, descobriu o maravilhoso mundo da textura (graças a inspiração no pintor italiano Alberto Burri) para enriquecer sua festa-baile. Também deixou de lado os tecidos fluidos, que tendem a deixar sua estética mais hippie do que chic, por mais estrutura. A riqueza visual é daquelas que não cansa: tafetá pregueado + cetim franzido e depois prensado – para usar em muitas noites de gala. Volumes, como não poderia deixar de ser nesse estilista que pensa ‘ão’, pontuaram mangas de vestidos curtos, barras em camadas de babado, tornando mega o que é míni. Tudo fica muito mais bonito quando a silhueta é marcada por cinto do que pela forma triângulo invertido que é um não-não para qualquer mulher em sã consciência. Flores gigantes arremataram decotes e costas de longos divinos. É impossível não lembrar de Christian Lacroix e suas mulheres-flores nos anos 1980 – um sinal de que André Lima, depois de duas temporadas de ponto de interrogação sobre ‘quem sou eu?’ está encontrando na couture um bom caminho. A estética, sem dúvida, é para mulheres-pavão – mas isso todo mundo já sabe sobre esse estilista paraense. Ah, em tempo: a parceria com a designer de sapatos Paula Ferber caminha muito bem. Os peep-toes de pele de pé de avestruz + camurça irisada e de tilápia são luxo só!"
Source by Simone Esmanhotto, Oficina de Estilo, Elle
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